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A promiscuidade política em Portugal: um retrato da decadência moral

"Olha para o que eu digo, não olhes para o que eu faço."

Por Ponto Radar16 abr, 2025 PontoRadar.com

Imagem gerada por AI.

Portugal tornou-se num laboratório de más práticas políticas, onde a corrupção, o tráfico de influências e a impunidade reinam sem contestação. O problema não é novo, mas tem-se agravado a olhos vistos, com a degradação das instituições e a descarada proteção entre os protagonistas do regime. Vivemos num país onde o lema dos políticos parece ser: “Olha para o que eu digo, não olhes para o que eu faço.”

Corrupção: o imposto oculto sobre os portugueses

Todos os anos, milhões de euros desaparecem em esquemas nebulosos, adjudicações duvidosas e contratos públicos viciados. O Estado tornou-se numa máquina de favores para os amigos do costume, alimentando uma teia de interesses que impede qualquer verdadeira renovação. O poder político, longe de servir os cidadãos, serve-se a si próprio, acumulando privilégios e garantindo que quem se atreve a desafiar o status quo seja rapidamente silenciado.

Casos como os de José Sócrates, Manuel Pinho ou a nebulosa relação entre governantes e grandes empresas demonstram como a corrupção não é um acidente, mas sim o modus operandi do regime. Criam-se leis e regulamentos que dificultam a vida ao cidadão comum, mas que, curiosamente, deixam sempre portas abertas para os que sabem contornar o sistema.

O tráfico de influências e a porta giratória entre governo e negócios

A promiscuidade entre a política e os grandes interesses económicos é um cancro que destrói a confiança dos portugueses no sistema democrático. Quantos ministros saem do governo para ocupar cargos milionários em empresas privadas que antes regulavam? Quantos ex-governantes vivem à sombra de pareceres, consultorias e cargos de fachada, onde são pagos para garantir que as portas certas se abram?

O caso da EDP, da TAP e dos bancos resgatados pelo Estado são apenas alguns exemplos de como a promiscuidade entre o poder político e os grandes negócios não só continua impune, como é incentivada. Os políticos protegem os seus, garantindo que nunca falte um “tacho” para os amigos, enquanto os portugueses assistem impotentes ao saque sistemático dos seus impostos.

A Maçonaria e os lobbies na sombra

Enquanto os cidadãos acreditam que votam para decidir o futuro do país, a realidade é bem diferente. Existem redes de influência que operam nas sombras, determinando quem sobe e quem cai. A Maçonaria, há muito infiltrada nos corredores do poder, continua a ser um dos principais centros de influência em Portugal, funcionando como um verdadeiro “governo paralelo”.

As lojas maçónicas estendem-se por toda a administração pública, pelos tribunais, pelas forças de segurança e até pela comunicação social. São elas que protegem os “irmãos”, que abafam escândalos e garantem que as decisões certas sejam tomadas nos bastidores. A transparência e a meritocracia são conceitos inexistentes quando quem manda são as redes de influência e não os eleitores.

A degradação moral dos políticos: da violência doméstica ao desrespeito pelos direitos laborais

A promiscuidade política não se limita ao dinheiro e ao tráfico de influências. Também se manifesta no carácter e na conduta dos seus protagonistas. O país tem assistido, incrédulo, a casos de políticos envolvidos em crimes de violência doméstica, assédio sexual e abuso de poder. Muitos deles, ironicamente, pertencem aos partidos que mais se dizem defensores dos direitos das mulheres e dos trabalhadores.

O caso do ex-ministro Miguel Alves, condenado por violência doméstica, ou as inúmeras denúncias de abusos de poder dentro dos partidos, são exemplos de como a hipocrisia é a única ideologia verdadeiramente transversal em Portugal. Os mesmos políticos que enchem a boca com discursos moralistas são, muitas vezes, os primeiros a atropelar os princípios que dizem defender.

No que toca ao respeito pelos direitos laborais, a situação não é melhor. Os partidos que dizem lutar pelos trabalhadores são os mesmos que mantêm assessores e funcionários em situações precárias, com salários miseráveis e horários abusivos. O “Estado Social” que tanto defendem não se aplica dentro das suas próprias estruturas.

Conclusão: um país capturado por elites sem escrúpulos

Portugal não precisa apenas de uma mudança de governo. Precisa de uma mudança de regime, de uma renovação total da classe política e da destruição das redes de influência que controlam o país há décadas. A corrupção, o tráfico de influências, a promiscuidade entre política e negócios, e a hipocrisia moral de muitos dos nossos líderes são problemas estruturais que não se resolvem com discursos vazios ou promessas de reforma.

Os portugueses têm sido demasiado tolerantes com a mediocridade e a desonestidade dos seus governantes. Enquanto isso não mudar, continuaremos a ser um país onde os políticos dizem uma coisa e fazem outra, protegendo-se uns aos outros enquanto os cidadãos pagam a fatura da sua imoralidade.